Carteiras escolares na cultura material escolar da instrução baiana
saber docente, saber médico-hygiênico (1880-1885)
Resumo
Com proposição ao eixo História da educação e do corpo, higiene e materialidades, este artigo apresenta um recorte micro histórico sobre a cultura material escolar na província da Bahia a partir da tentativa de substituição das carteiras escolares nas duas escolas normais da sua Capital, Salvador, que eram de modelo norte-americano - assim como nas aulas públicas das freguesias da mesma cidade - por um lote de novas de origem alemã, no ano de 1881, durante a gestão do diretor geral de instrução Cônego Romualdo Barroso. Rastreia as relações entre a materialidade das carteiras escolares, o saber docente e suas relações com o saber médico higienista, entre 1881 e 1885 utilizando como fontes os quatro relatórios do referido diretor geral de Instrução Pública, dos anos de 1881 a 1884; pedidos enviados por professores /as das aulas públicas da província da Bahia solicitando mobiliário escolar; o artigo do médico Antônio Pacifico Pereira, publicado na revista Gazeta Médica da Bahia, em janeiro de 1881, sobre a Hygiene nas escolas. Ancora na perspectiva da História Cultural Francesa das práticas sociais, problematizando micro historicamente os indícios e rastros de práticas culturais escolares expressas em projetos, prescrições, pareceres de comissões sobre a mobília escolar. Tem como base historiográfica a produção brasileira de autores do campo da História da Educação a partir das categorias analíticas de Cultura Escolar, Cultura Material Escolar, Materialidade Escolar e Higiene Escolar.
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