Escolarização kaingang no rio Grande do Sul de meados do século XIX ao limiar do século XXI
das iniciativas missionárias à escola indígena específica e diferenciada
Resumo
O texto apresenta um panorama histórico sobre os processos de escolarização kaingang no Rio Grande do Sul, Brasil, de meados do século XIX ao limiar do século XXI, a fim de compreender como esse povo se relacionou com as iniciativas escolares propostas por missionários (jesuítas e capuchinhos) e pelo Estado (tanto do governo local, quanto central), destacando como atuaram (e seguem atuando) na relação com a instituição escolar; assenta-se em fontes bibliográficas, documentos oficiais do Estado e publicações de intelectuais indígenas. À luz da Nova História Indígena, conclui-se que os kaingang foram agentes ativos em seu processo de escolarização e atuaram de diferentes formas frente à escola: negando-a, interessando-se por ela e negociando possibilidades.
Downloads
Referências
Almeida, M. R. C (2010). Os índios na história do Brasil. Rio de Janeiro: FGV.
Antunes, C. P. (2012). Experiências de formação de professores Kaingang no Rio Grande do Sul. (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Becker, I. I. B. (1995). O índio kaigang no Rio Grande do Sul. São Leopoldo: UNISINOS.
Belfort, A. I. (2005) A formação dos primeiros professores indígenas no Sul do Brasil. Cadernos de Educação Escolar Indígena - 3º Grau Indígena, Barra do Bugres: UNEMAT, Cáceres, v. 4, n. 1, p. 9-20.
Bergamaschi, M. A. (2003) Educação escolar Guarani no Rio Grande do Sul: a política pública em movimento, apresentado na 26ª Reunião da Associação Nacional dos Pesquisadores em Educação, ANPED.
Bergamaschi, M. A. (2005). Nembo’e !Enquanto o encanto permanece! Processos de escolarização nas aldeias Guarani. (Tese de Doutorado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Bergamaschi, M. A. (2006). Educação escolar indígena no século XX: da escola para os índios à escola específica e diferenciada. In: Bastos, M. H. C.; Stephanou, M. (Orgs.). Histórias e memórias da educação no Brasil, vol III: século XX Petrópolis, RJ: Vozes.
Bergamaschi, M. A.; Silva R. H. D. (2007) Educação escolar indígena no Brasil: da escola para índios às escolas indígenas. Ágora, Santa Cruz do Sul, v. 13, n. 1, p. 124-150, jan./jun.
Bringmann, S. F. (2012). O Programa Educacional do SPI e os Clubes Agrícolas Escolares: a experiência entre os Kaingáng do RS e de SC (1941-1967). In: Nötzold, A. L. V.; Rosa, H. A.; Bringmann, S. F. (Orgs.). Etnohistória, história indígena e educação: contribuições ao debate. Porto Alegre: Pallotti.
Carneiro da Cunha, M. (1992). História dos Índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras.
D’Angelis, W. R. (2017) Escola entre os kaingang. Disponível em: http://www.portalkaingang.org/index_educ_I_II.htm. Acessado em julho de 2017.
D’Apremont, B.; Gillonnay, B. (1976). Comunidades indígenas, brasileiras, polonesas e italianas no Rio Grande do Sul. Escola Superior de Teologia São Lourenço de Brindes: Caxias do Sul.
Ferreira, B. (2014). Educação Kaingang: Processos próprios de aprendizagem e educação escolar. (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Ferreira, M. K. L. (2001). A educação escolar indígena: um diagnóstico crítico da situação no Brasil. In: SILVA, Aracy Lopes da; FERREIRA, Mariana Kawall Leal (Orgs). Antropologia, História e Educação: A questão indígena e a escola. 2 ed. São Paulo: Global.
Francisco, A. R. (2006). Selvagens e intrusos em seu próprio território: a expropriação do território Jê no sul do Brasil (1808-1875). (Dissertação de Mestrado). Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, RS.
Freitas, M. I. (2009). Histórico do movimento indígena da Região Sul. Disponível em http://arpinsul.org.br. Acessado em julho de 2017.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010 – Características gerais dos indígenas: resultados do universo. (2012). Rio de Janeiro.
Laroque, L. F. S. (2009a). Kaingang e missões religiosas: situações de alianças e guerras. In: Tellus, ano 9, n. 16, p. 35-56, jan/jun.
Laroque, L. F. S. (2009b). Os kaingangues: momentos de historicidades indígenas. In: Golin, T.; Boeira, N. Povos Indígenas. Coleção História Geral do Rio Grande do Sul. Volume 5. Passo Fundo: Méritos.
Lima, A. C. S. (1975). Um Grande cerco de paz: Poder tutelar, indianidade e formação do Estado no Brasil. Petrópolis: Vozes.
Manfroi, N. (2012). Professor Felicíssimo Belino e a primeira escola para os Kaingang: a memória compondo a história e a história registrando a memória In: Nötzold, A. L. V.; Rosa, H. A.; Bringmann, S. F. (Orgs.). Etnohistória, história indígena e educação: contribuições ao debate. Porto Alegre: Pallotti.
Matte, D. C. (2009). Indígenas no RS: educação formal e etnicidade. In: RS Índio: cartografias sobre a produção do conhecimento. Silva, G. F.; Penna, R.; Carneiro, L. C. C. Porto Alegre: EDIPUCRS.
MEC/INEP. (2017). Dados do Censo Escolar da Educação Básica. Brasília, DF.
Medeiros, J. S. (2012). Escola indígena e ensino de história: um estudo em uma escola kaingang da Terra Indígena Guarita. (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Melia, B. (1979). Educação indígena e alfabetização. São Paulo: Loyola.
Miguel, I. K. (2015). Ëg sï ag kar pã`ï ag tÿ nén ü veja kãmén ge SPI to, Ëmã Inhacorá tá: O Serviço de Proteção ao Índio (SPI) na visão dos anciões e lideranças do povo Kaingáng da Terra Indígena Inhacorá (São Valério do Sul, Rio Grande do Sul). Trabalho de Conclusão de Curso. Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica.
Monteiro, J. M. (1975). O desafio da história indígena no Brasil. In: Silva, A. L.; Grupioni, L. D. B. (org.). A temática indígena na escola: Novos subsídios para professores de 1o e 2o graus. São Paulo: Global.
Oliveira, S. M. (1999). Formação de professores indígenas bilíngues: a experiência kaingang. (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
Pezat, P. R. (1997). Augusto Comte e os fetichistas: estudo sobre as relações entre a Igreja Positivista do Brasil, o Partido Republicano Rio-Grandense e a política indigenista da República Velha. (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Portal Kaingang (2018). http://www.portalkaingang.org/populacao_por_estado.htm.
Santos, S. C. (1975). Educação e Sociedades Tribais. Porto Alegre: Movimento.
Stawinski, A. V. (1976). Toldo dos Índios em Cacique Doble. (Apêndice II). In: D’Apremont, B.; Gillonnay, B. Comunidades indígenas, brasileiras, polonesas e italianas no Rio Grande do Sul. Escola Superior de Teologia São Lourenço de Brindes; Caxias do Sul.
Teschauer, C. (1918). História do Rio Grande do Sul dos dois primeiros séculos. Porto Alegre: Liv. Selbach de J. R. da Fonseca & Cia.
Teschauer, C. A (1905). Catequese dos índios Coroados de São Pedro do Rio Grande. Contribuição para a história da civilização da América. Annuário do estado do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Anno XXI:129-168.
Veiga, J. (2006). Aspectos fundamentais da cultura Kaingang. Campinas: Curt Nimuenjaú.
Copyright (c) 2020 Maria Aparecida Bergamaschi, Cláudia Pereira Antunes, Juliana Schneider Medeiros

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico consistem na licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado) para quaisquer fins, inclusive comerciais.
Recomenda-se a leitura desse link para maiores informações sobre o tema: fornecimento de créditos e referências de forma correta, entre outros detalhes cruciais para uso adequado do material licenciado.