A escola, a fábrica e o cinema

uma reflexão sobre a educação e a indústria soviética a partir do filme “Tanya”

Palavras-chave: Educação Socialista, Cinema Soviético, Stakhanovismo

Resumo

Este artigo analisa o filme soviético Tanya, de 1940, a partir do estudo sobre o papel da educação e do cinema na construção do ‘modelo ideal’ de trabalhador na URSS desse período. Esse filme se destaca ao figurar como uma das poucas obras no país que mergulha no universo fabril, o qual é enfatizado na análise que realizamos. Nesse sentido, buscamos compreender as intencionalidades dessa obra quanto a instruir os trabalhadores tanto em seu novo ethos quanto na apropriação do conhecimento tecnológico existente, os quais estão inseridos nos principais aspectos da educação soviética nas décadas de 1920-30. Além disso, ao analisarmos os caminhos da protagonista em sua jornada para se transformar na operária ideal, buscamos analisar se essa produção cinematográfica especifica quais deveriam ser as aspirações dos(as) trabalhadores(as) na nova sociedade idealizada pelo regime soviético.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Cássio Hideo Diniz Hiro, Universidade do Estado de Minas Gerais, Campanha, MG, Brasil

Graduado em História e Doutor em Educação, é professor do Departamento de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (DCHSA) da Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG – unidade Campanha. Além da História da Educação Socialista, também pesquisa sobre a História Social do trabalhador docente e do movimento sindical de trabalhadores em educação. É líder do GRUHISED - Grupo de Pesquisa em História Social da Educação: discursos, práticas e experiências coletivas e organizacionais.

Referências

Aleksandrov, G. (Diretor). (1940). Tanya [DVD]. Moscou, RU: Mosfilm.

Barros, J. D. (2011). Cinema e história: considerações sobre os usos historiográficos das fontes fílmicas. Comunicação & Sociedade, 32(55), 175-202.

Bittar, M., & Ferreira Jr., A. (2020). Pesquisando a educação soviética nos arquivos do Institute of Education / University College London (UCL). São Paulo, SP: Amazon & Independently Published.

Bo, J. L. (2019). Cinema para russos, cinema para soviéticos. Rio de Janeiro, RJ: Bazar do Tempo.

Diniz, C., Bauer, C., & Delcorso, I. (2019). A educação na Internacional Comunista. EccoS – Revista Científica, 0(51), e15894. doi: https://doi.org/10.5585/eccos.n51.15894

Dore, R. (2013). O debate sobre o conceito de escola do trabalho na Revolução Soviética. In A. J. M. Neto, H. P. S. Júnior, P. L. O. Lima, & P. D. Fraga (Orgs.), Socialismo e educação (p. 65-84). Belo Horizonte, MG: Fino Traço.

Ferreira Jr., A., & Bittar, M. (2020). Revolução e educação: a experiência soviética. In J. Lombardi, & M. Lima (Org.), Educação e revolução: as revoluções nos séculos XIX e XX e as possibilidades de uma nova educação (1a ed., p. 119-131). Uberlândia, MG: Navegando Publicações.

Ferro, M. (1992). Cinema e história (Flávia Nascimento, trad.). Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra.

Franciscon, M. W. (2019). O cinema soviético representa a Segunda Guerra Mundial (1945 – 1991) (Tese de doutorado em História). Universidade Federal do Paraná, Curitiba.

Gervilla, L., Leote, R., & Reyes, J. (2018). Operário e Mulher Kolkosiana: a obra prima de Vera Mukhina. Aurora. Revista de Arte, Mídia e Política, 10(30), 65-88. Recuperado de: https://revistas.pucsp.br/index.php/aurora/article/view/35077/24872

História do Cinema Russo e Soviético. (1962). In 6ª Bienal de São Paulo do Museus de Arte Moderna – 1961/62. São Paulo, SP. Manifestações cinematográficas. Colaboração do Gosfilmofond (Cinemateca de União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) e do Departamento Cultural do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

História da Mosfilm. (n.d.). Recuperado de: https://www.mosfilm.ru/concern/hystory/

Leher, R. (2017) A pedagogia socialista nos processos revolucionários, organizações políticas e movimentos sociais. In R. S. Caldart, & R. L. V. Boas (Org.), Pedagogia socialista: legados da Revolução Russa de 1917 e desafios atuais (p. 55-87). São Paulo, SP: Expressão Popular.

Lombardi, J. C. (2011). Educação e ensino na obra de Marx e Engels. Campinas, SP: Alínea.

Lucas, M. R. (2015). De Taylor a Stakhanov: utopias e dilemas marxistas em torno da racionalização do trabalho (Tese de doutorado). Universidade Estadual de Campinas, Campinas.

Manacorda, M. A. (2001). História da educação: da antiguidade aos nossos dias (9ª ed., Gaetano La Monaco). São Paulo, SP: Cortez.

Migliorin, C., & Barroso, E. I. (2016). Pedagogias do cinema: montagem. Significação: Revista de Cultura Audiovisual, 43(46), 15-28. https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2016.115323

Morettin, E. V. (2007). O cinema como fonte histórica na obra de Marc Ferro. In M. H. Capelato, E. Morettin, M. Napolitano, & E. T. Saliba (Orgs.), História e cinema: dimensões históricas do audiovisual (p. 39-64). São Paulo, SP: Alameda.

Souza Jr., J. (1999). Politecnia e omnilateralidade em Marx. Revista Trabalho e Educação, 5, 98-114. Recuperado de: https://periodicos.ufmg.br/index.php/trabedu/article/view/9150

Publicado
2022-09-05
Como Citar
Diniz Hiro, C. H. (2022). A escola, a fábrica e o cinema. Revista Brasileira De História Da Educação, 22(1), e227. https://doi.org/10.4025/rbhe.v22.2022.e227