Educação popular e resistência na ditadura militar no Brasil

redes e práticas clandestinas

Palavras-chave: educação popular, militância, clandestinidade, movimentos de resistência

Resumo

Este artigo investiga a persistência da Educação Popular (EP) no Brasil durante o regime militar, evidenciando como educadores e movimentos sociais mantiveram práticas educativas mesmo sob repressão. O objetivo é compreender como essas práticas se mantiveram ativas e se transformaram em ferramentas de resistência política e social, perpetuando as ideias de Paulo Freire e outros educadores. A pesquisa, baseada especialmente em análise bibliográfica e documental, explora a atuação clandestina na EP. Além disso, os resultados destacam a importância da solidariedade internacional e a emergência de uma nova categoria: ‘Educação Popular como Rede de Resistência e Transformação Social’, que evidencia a interconexão entre sujeitos e instituições como uma rede de resistência e transformação social.

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Biografia do Autor

Fernanda dos Santos Paulo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil

Educadora Popular, Doutora e em Educação, com formação em Pedagogia e Filosofia. Fez pós-doutorado na UNISINOS, focando em história e memória da Educação Popular. Ativa em diversos movimentos de Educação Popular, como na Associação de Educadores Populares de Porto Alegre e do Fórum de Educação de Jovens e Adultos do Rio Grande do Sul. Foi uma das fundadoras do Fórum de Educadores Sociais de Porto Alegre em 2016. Docente na FACED-UFRGS, Educação do Campo. Membro de redes latino-americanas de Educação Popular.

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Publicado
2025-02-03
Como Citar
Paulo, F. dos S. (2025). Educação popular e resistência na ditadura militar no Brasil. Revista Brasileira De História Da Educação, 25(1), e357. https://doi.org/10.4025/rbhe.v25.2025.e357