A realidade do aluno como tradição pedagógica em disputa na geografia escolar (1920-2020)
Résumé
O artigo analisa, a partir de materiais didáticos e documentos curriculares selecionados dos últimos 100 anos (1920/2020), a dimensão pedagógica da realidade do aluno como elemento primaz do ensino de geografia ao longo de sua história. Entendemos a realidade do aluno como um discurso cujo sentido está em disputa por diferentes concepções de ensino de Geografia. Como resultado do artigo, demarcamos quatro momentos da disciplina no Brasil: hegemonização da geografia escolar moderna e a realidade do aluno como parte da renovação do ensino; dimensão do real na temporalidade dos estudos sociais; renovação crítica baseada nas teorias da aprendizagem e noção de totalidade para a apreensão do real; análise de princípios geográficos no contexto da BNCC e a realidade em função da espacialidade do fenômeno. Assim, concluímos que o sentido de realidade do aluno transita pelos momentos políticos e epistemológicos da geografia escolar.
Téléchargements
Références
Alderoqui, S. (2006). Enseñar a pensar laciudad. In S. Alderoqui & P. Penchansky (Comps), Ciudad y ciudadanos: aportes para la enseñanza del mundo urbano (p. 1-238). Buenos Aires: Paidós.
Angerami, P. L. (2017). Uma reconstituição da filosofia educacional de John Dewey. Revista Brasileira de História da Educação, 17(4[47]), 23-53. Recuperado de: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/rbhe/article/view/40700
Brasil. Ministério da Educação. (2017). Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF.
Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. (1997). Parâmetros curriculares nacionais: história, geografia. Brasília, DF.
Callai, H. C. (1998). O ensino de geografia: recortes espaciais para análise. In A. C. Castrogiovanni, H. C. Callai, N. O. Schaffer & N. A. Kaercher (Orgs.), Geografia em sala de aula: práticas e reflexões (p. 57-63). Porto Alegre, RS: AGB, Seção Porto Alegre.
Carvalho, C. M. D. (1957). Geografia humana e econômica. São Paulo, SP: Editora Companhia Nacional, 1957.
Carvalho, D. (1925). Methodologia do ensino geographico: introdução aos estudos de geografia moderna. Petrópolis, RJ: Typografia das Vozes de Petrópolis.
Castellar, S. V. (2005). Educação geográfica: a psicogenética e o conhecimento escolar. Cadernos Cedes, 25(66), 209-225.
Cavalcanti, L. S. (2005). Cotidiano, mediação pedagógica e formação de conceitos: uma contribuição de Vygotsky ao ensino de Geografia. Cadernos Cedes, 25(66), 185-207.
Cavalcanti, L. S. (2011). Ensinar geografia para a autonomia do pensamento: o desafio de superar dualismos pelo pensamento teórico crítico. Revista da ANPEGE, 7(1), 193-203.
Cavalcanti, L. S. (2016). O ensino de geografia na escola. Campinas, SP: Papirus.
Campos, R. R. (2012). Breve histórico do pensamento geográfico brasileiro nos séculos XIX e XX. Jundiaí, SP: Paco Editorial.
Cunha, M. V. (2012). O “Manifesto dos Pioneiros” de 1932 e a cultura universitária brasileira: razão e paixões. Revista Brasileira De História Da Educação, 8(2 [17]), 123-140. Recuperado de: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/rbhe/article/view/38580
Decreto de Lei nº 18.890, de 18 de abril de 1931. (1931, 31 de julho). Que expede os programas, as orientações pedagógicas e a carga horária do curso fundamental do ensino secundário. Diário Oficial da União, ano LXX, n. 179. Seção 2, parte 3, p. 12411-12412.
Recuperado de: https://www.jusbrasil.com.br/diarios/2029952/pg-11-secao-1-diario-oficial-da-uniao-dou-de-31-07-1931
Ferraz, C. B. O. (1994). O discurso geográfico: a obra de Delgado de Carvalho no contexto da geografia brasileira - 1913 a 1942 (Dissertação de Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
Girotto, E. D. (2017). Concepções de ensino de geografia nas primeiras décadas do século XX no Brasil e na Argentina. Revista Brasileira de Educação em Geografia, 7(14), 44-66.
Gonçalves, A. R. (2006). Os espaços-tempos cotidianos na Geografia escolar: do currículo oficial e do currículo praticado (Tese de Doutorado). Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Rio Claro.
Guilherme, W. D., & Santos, S. M. (2019). O Conselho Nacional de Educação: 1931 a 1936. Revista Brasileira de História da Educação, 19, e053. Recuperado de: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/rbhe/article/view/44072
Kuhn, M., Callai, H. C., & Toso, C. E. I. (2019). Pressupostos epistemológicos dos círculos concêntricos. Revista e-Curriculum, 17(2), 472-491. doi: https://doi.org/10.23925/1809-3876.2019v17i2p472-491
Laclau, E. (2013). A razão populista. São Paulo, SP: Três Estrelas.
Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. (1996, 23 de dezembro). Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União.
Martins, M. C. (1998). A CENP e a criação do currículo de história: a descontinuidade de um projeto educacional. Revista Brasileira de História, (18), 39-59.
Oliveira, A. U. (1994). Ensino de Geografia: horizontes no final do século. Boletim Paulista de Geografia, (72), 3-27.
Pontuschka, N., Paganelli, T. I., & Cacete, N. H. (2009). Para ensinar a aprender geografia (3a ed.). São Paulo, SP: Cortez.
Santos, M. (1994). Técnica, espaço, tempo: globalização e meio técnico científico informacional. São Paulo, SP: Hucitec.
São Paulo. Secretaria da Educação. CENP - Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas. (1988). Proposta curricular para o ensino de geografia no primeiro grau (4a ed.). São Paulo, SP.
Silva, G. B. (2003). Educação e desenvolvimento nacional. Revista Brasileira de História da Educação, 3(2[6]), 177-216. Recuperado de: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/rbhe/article/view/38700
Soares, J. C. (2017). Aspectos da crise do Programa Institucional no Colégio Pedro II (1931-1945). Revista Brasileira de História da Educação, 17(4[47]), 224 - 255. Recuperado de: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/rbhe/article/view/40690
Souza, V. C. (2011). Fundamentos teóricos, epistemológicos e didáticos no ensino da Geografia: bases para formação do pensamento espacial crítico. Revista Brasileira de Educação em Geografia, 1(1), 47-67.
Straforini, R. (2004). Ensinar geografia: o desafio da totalidade-mundo nas séries iniciais (1a ed.). São Paulo, SP: Annablume.
Straforini, R. (2018). Ensino de geografia nos anos iniciais: alteridade e anacronismos discursivos. In A. Garcia de la Vega (Org.), Reflexiones sobre educación geográfica: revisión disciplinar e innovación didáctica (1a ed., p. 217-234) Madrid, ES: Ediciones Universidad Autónoma de Madrid.
Vesentini, J. W. (2004). O ensino de geografia no século XXI (3a ed.). Campinas, SP: Papirus.
Viñao, A. (2012). A história das disciplinas escolares. Revista Brasileira de História da Educação, 8(3[18]), 173-215. Recuperado de: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/rbhe/article/view/40818
Vlach, V. R. F. (1988). A propósito do ensino de geografia: em questão, o nacionalismo patriótico (Dissertação de mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
Zanatta, B. (2013). Contribuições da filosofia educacional de John Dewey para a geografia escolar brasileira. Revista Educativa, 16(1), 47-64.
Copyright (c) 2021 Thiago Manhães Cabral, Jéssica Rodrigues da Silva Cecim, Rafael Straforini (Autor)

Ce travail est disponible sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International .
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico consistem na licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado) para quaisquer fins, inclusive comerciais.
Recomenda-se a leitura desse link para maiores informações sobre o tema: fornecimento de créditos e referências de forma correta, entre outros detalhes cruciais para uso adequado do material licenciado.