Estratégias de organização das escolas primárias em Pernambuco
análises comparativas dos regimentos de 1859 e 1876
Resumo
Este artigo compara as estratégias de organização das escolas primárias em Pernambuco, a partir da materialidade dos Regimentos das Escolas de 1859 e 1876. Por meio da pesquisa documental, e entendendo os regimentos como representações socioculturais, geradores de comportamentos (Chartier, 1990), apresentamos seus aspectos formais e comparamos as estratégias de organização das culturas escolares na documentação (Viñao Frago, 1995; De Certeau 2004). Concluímos que, em fins do século XIX, as autoridades governamentais pernambucanas empreenderam esforços variados na uniformização das escolas primárias, sendo os regimentos dispositivos de modelação e vigilância das condutas dos professores/as e alunos/as dentro das escolas.
Downloads
Metrics
Referências
Almeida, J. S. (1998). Mulher e Educação: a paixão pelo possível. São Paulo, SP: Editora UNESP.
Ananias, M. (2010, janeiro/abril). A instrução pública primária nos regulamentos provinciais da Parahyba do Norte na década de 1840: a constituição do Estado Nacional. Educação Unisinos,14 (1), p.35-43. Recuperado de: https://revistas.unisinos.br/index.php/educacao/article/view/150/22
Aróstegui, J. (2006). A pesquisa histórica: teoria e método. Bauru, SP: Edusc.
Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano (APEJE). (1855). Lei de n. 369 de 14 de maio de 1855. Da organização da instrução pública da província. Livro de Leis da Província de Pernambuco. Recife: Typoghrafia de M. F. de Faria.
Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano (APEJE). (1859). Regimento interno para as escolas públicas de instrução primária desta província. Livro de Regimentos e Regulamentos da Província de Pernambuco (Série Instruções). Recife: Typoghrafia de M. F. de Faria.
Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano (APEJE). (1876). Regimento interno para as escolas públicas de instrução primária. Livro de Regimentos e Regulamentos da Província de Pernambuco (Série Instruções). Recife: Typoghrafia de M. F. de Faria.
Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano (APEJE). (1874). Reorganização do ensino público em Pernambuco. Livro de Regimentos e Regulamentos da Província de Pernambuco (Série Instruções). Recife: Typographia de M. Figuerôa de F. e Filhos.
Barros, J. D´A. (2007, junho). História Comparada: um novo modo de ver e fazer história. Revista de História Comparada, 1(1), 01-30. Recuperado de: https://ppghc.historia.ufrj.br/images/publicacoes/2007/numero-1/volume-1-n-1-barros.pdf
Boto, C. (2018, julho/agosto). A civilização escolar pelos compêndios didáticos de formação de professores. Educar em Revista, 34 (70), p. 155-178. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/0104-4060.58075
Castanha, A. P. (2006). Moralidade pública e educação no século XIX. In. Anais Eletrônicos do IV Congresso Brasileiro de História da Educação (p. 01-10). Goiás (GO).
Castanha, A. P. (2009, maio). A prática dos castigos e prêmios na escola primária do século XIX: do legal ao real. Educere et Educare, 4 (8), p. 245-259. Recuperado de: https://doi.org/10.17648/educare.v4i8.3724
Chartier, R. (1990). A História Cultural: entre práticas e representações. Lisboa, Portugal: DIFEL.
Clemente, J. S. Culturas escolares em Recife: escolas particulares e métodos de ensino (1880-1888). (2013). (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife. Recuperado de: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/13065
Cury, C. (2006). Métodos de ensino e formas de controle sobre o cotidiano escolar na instrução pública da Parahyba do Norte. In Scocuglia, A. C, & Machado, C. J. S (Ed.), Pesquisa e historiografia da educação brasileira (p. 41-61). Campinas, SP: Autores Associados.
Dalcin, T. B. (2008). “Palmatoando” as fontes: os usos dos castigos físicos em nome da disciplinarização e da ordem nas escolas paranaenses da segunda metade do XIX. In: IV Congresso Sulbrasileiro de Ciências do Esporte: ciência e experiência – aproximações e distanciamentos (p. 640-649). Faxinal do Céu, PR.
De Certeau, M. (2004). A invenção do cotidiano: artes de fazer. Rio de Janeiro, RJ: Vozes.
Faria Filho, L. M. (1998). Legislação Escolar como fonte para a história da educação: uma tentativa de interpretação. In Faria Filho, L. M. (Ed.), Educação, modernidade e civilização (p. 89-125). Belo Horizonte, MG: Autênti¬ca.
Faria Filho, L.M. (2000). Instrução elementar no século XIX. In Lopes, E. M. S. T., Faria Filho, & L. M., Veiga, C.G (Org.), 500 anos de educação no Brasil (2a. ed., Cap. 6, p. 135-150). Belo Horizonte, MG: Autêntica.
Faria Filho, L. M., Gonçalves, I. A., Vidal, D. G. F., & Paulilo, A. L. (2004, abril). A cultura escolar como categoria de análise e como campo de investigação na história da educação brasileira. Educação e Pesquisa, 30 (1), p. 139-159.
Faria Filho, L. M. A., & Vidal, D. G. F. (2000, agosto). Os tempos e os espaços escolares no processo de institucionalização da escola primária no Brasil. Revista Brasileira de Educação, (14), p. 19-34.
Foucault, M. (2007). Vigiar e punir. Petrópolis, RJ: Vozes.
Vinão Frago, A. (1995, dezembro). História de La educacion y historia cultural: posibilidades, problemas, cuestiones. Revista de educación, (306), p. 245-269.
Galvão, A. M. de O. A Palmatória era a sua Vara de Condão: práticas escolares na Paraíba (1890-1920). (1998). In Faria Filho, L. M. (Ed.). Modos de Ler, Formas de Escrever (p. 117-142). Belo Horizonte, MG: Autêntica.
Gondra, J.G. (2004). Artes de civilizar: medicina, higiene e educação escolar na Corte Imperial. Rio de Janeiro, RJ: EdUERJ.
Gondra, J.G. (2018). A emergência da escola. São Paulo, SP: Cortez.
Lemos, D. C. A. (2012, agosto). Os cinco olhos do Diabo: os castigos corporais nas escolas do século XIX. Educação e Realidade, 2 (37), p. 627-646.
Lima, D. R. P. Sinais do “desconforto” no exercício docência pública em Recife e Olinda (1860-1880). (2014). (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife. Recuperado de: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12838
Lima, D. R. P. A docência primária em Pernambuco: estratégias e táticas de organização e hierarquização (1864-1888). (2021). (Tese de Doutorado). Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife. Recuperado de: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/41131
Lima, D.R.P., & Santos, Y.S. (2024). Processos de feminização do magistério público primário em Pernambuco: as aulas mistas e a Escola Normal para Senhoras da Sociedade Propagadora da Instrução Pública (1870-1895). In Sá, A. N. M., Burity, L. M. D., & Mariano, N. R. C. (Ed.). Sociedade e Cultura no Nordeste Oitocentista: trajetórias de pesquisa III (p. 268-293). João Pessoa, PB: Editora do CCTA.
Macario, C. B., & Borba, V. M. R (2020, dezembro). Prevenção que segrega: higienismo em foco nos discursos do I Congresso Médico de Pernambuco (1909). Bilros, 8 (17), p. 108-126.
Mariano, N. R. C. (2015). Educação pela higiene: a invenção de um modelo hígido de educação escolar primária na Parahyba do Norte (1849-1886). (Tese de Doutorado). Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa. Recuperado de: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/tede/7765?locale=pt_BR
Mattos, I. (2004). O tempo Saquarema: a formação do Estado Imperial (5a ed.). São Paulo, SP: Hucitec.
Oliveira, E. (2011). O processo de produção da profissão docente: profissionalização, prática pedagógica e associativismo dos professores púbicos primários em Minas Gerais (1871 - 1911). (Dissertação de Mestrado), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte. Recuperado de: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS8NEGDD/1/disserta__o_elianadeoliveira_educa__o.pdf.
Pereira, J. C. (2017). Os castigos escolares em Minas Gerais (1835-1867). (Dissertação de Mestrado). Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), Belo Horizonte. Recuperado de: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5317789.
Santos, Y. S. (2014). A Sociedade Propaganda da Instrução Pública e suas ações de qualificação profissional em Recife (1872-1903). (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife. Recuperado de: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12919
Santos, Y.S. (2021). Associativismo e docência no Recife: estratégias de atuação sociopolítica de trabalhadores docentes entre os anos de 1872-1915. (Tese de Doutorado). Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife. Recuperado de: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40183
Saviani, D. (2005). As concepções pedagógicas na História da Educação Brasileira. Campinas, SP: UNICAMP. Recuperado de: https://histedbrantigo.fe.unicamp.br/navegando/artigos_pdf/Dermeval_Saviani_artigo.pdf.
Schueler, A.F. M. (2002). Forma e culturas escolares na cidade do Rio de Janeiro: representação, experiência e profissão docente nas escolas públicas primárias (1870-1890). (Tese de Doutorado). Universidade Federal Fluminense (UFF). Niterói. Recuperado de: https://www.academia.edu/44582581/Forma_e_culturas_escolares_na_cidade_do_Rio_de_Janeiro_1854_1889_representa%C3%A7%C3%B5es_pr%C3%A1ticas_e_experi%C3%AAncias_docentes
Silva, A.M. P. (2007). Processos de construção das práticas de escolarização em Pernambuco, em fins do século XVIII e primeira metade do século XIX. Recife, PE: Editora Universitária da UFPE.
Stephanou, M. (2006, agosto). Discursos médicos, educação e ciência: escola e escolares sob exame. Educação e Saúde, 4 (1), p. 33-64.
Tristão, I. N. N. (2021). “Os cabouqueiros do edifício nacional” - modelos docentes em disputa em Pernambuco (1889-1911)”. (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa. Recuperado de: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/21297
Vidal, D. G. (2009, junho). No interior da sala de aula: ensaio sobre cultura e prática escolares. Currículo sem Fronteiras, 9 (1), p.25-41.
Xavier, Ana P. S. (2006). A leitura e a escrita na cultura escolar primária de Mato Grosso (1837-1889). (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Cuiabá. Recuperado de: https://gem.ufmt.br/gem/sistema/arquivos/04091303201920.pdf
Copyright (c) 2025 Dayana Raquel Pereira de Lima (Autor)

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico consistem na licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado) para quaisquer fins, inclusive comerciais.
Recomenda-se a leitura desse link para maiores informações sobre o tema: fornecimento de créditos e referências de forma correta, entre outros detalhes cruciais para uso adequado do material licenciado.