Livros didáticos italianos, propaganda fascista e a identidade italiana no exterior

o manual didático I fatti degli italiani e dell’Italia

Palavras-chave: livros didáticos italianos, propaganda fascista, identidade italiana, escolas italianas no exterior

Resumo

Este artigo analisa o livro didático I fatti degli italiani e dell’Italia (1932), produzido durante o período fascista para as escolas italianas no exterior. A obra, composta por textos e imagens, reflete a intenção do regime de disseminar valores políticos, culturais e ideológicos entre os descendentes de italianos fora da Itália. A pesquisa destaca a organização cronológica do livro, culminando no fascismo como um momento glorioso, e explora como o conteúdo textual e visual reforça a italianidade e o orgulho nacional. Além disso, evidencia o papel dos livros escolares como instrumentos ideológicos e pedagógicos. A análise contribui para o campo da história da educação, mostrando como materiais didáticos foram utilizados para consolidar narrativas nacionalistas e transnacionais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Renata Briao de Castro, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

Pesquisadora de pós-doutorado na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo e no Centro di documentazione e ricerca sulla storia del libro scolastico e della letteratura per l’infanzia da Università degli Studi di Macerata. Pesquisa financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP n. 2023/16884-7 e FAPESP n. 2022/15183-2). Doutora em Educação pela Universidade Federal de Pelotas, com período de doutorado sanduíche na Università degli Studi del Molise. Sua investigação se concentra nas comunidades de imigrantes italianos com foco nas escolas italianas no exterior e na circulação de livros escolares.

Referências

Artifoni, E. (2020). Volpe Gioacchino. Em Dizionario biografico degli italiani. Treccani. https://www.treccani.it/enciclopedia/gioacchino-volpe_(Dizionario-Biografico)/

Ascenzi, A., & Sani, R. (2009). Il libro per la scuola nel ventennio fascista: la normativa sui libri di testo della Riforma Gentile alla fine della seconda guerra mondiale (1923-1945). Alfabetica Edizione.

Banti, A. (2013). Il risorgimento italiano. Gius. Laterza & Figli.

Barausse, A. (2008). Il libro per la scuola dall’Unità al fascismo: La normativa sui libri di testo dalla legge Casati alla riforma Gentile (1861-1922). Alfabetica Edizione.

Barausse, A. (2016). From the Mediterranean to the Americas: Italian ethnic schools in Rio Grande do Sul between emigration, colonialism, and nationalism (1875-1925). Sisyphus – Journal of Education, 4(1), 144–172. https://revistas.rcaap.pt/sisyphus/article/view/10462

Barausse, A. (2016). Os livros escolares como instrumentos para a promoção da identidade nacional italiana no Brasil durante os primeiros anos do fascismo (1922-1925). História da Educação, 20(49), 81–94. https://seer.ufrgs.br/index.php/asphe/article/view/60384

Barausse, A. (2019). “Una impronta di italianità”: Os livros didáticos para as escolas étnicas italianas no Brasil entre o liberalismo e o fascismo. Cadernos de História da Educação, 18(2), 329–350. http://www.seer.ufu.br/index.php/che/article/view/50280

Barberini, G. (2010). Riflessioni sull’origine e sul significato dell’art. 24 del trattato lateranense. Stato, Chiese e Pluralismo Confessionale. https://doi.org/10.54103/1971-8543/23947

Bertonha, J. F. (2001). Entre Mussolini e Plínio Salgado: O fascismo italiano, o integralismo e o problema dos descendentes de italianos no Brasil. Revista Brasileira de História, 21(40), 57–71. https://www.scielo.br/j/rbh/a/ThSvKfHst9C9ZBCK5cRgzWs/?lang=pt

Bertonha, J. F. (1998). Uma política exterior não estatal? Os fasci all’estero e a política externa do Partito Nazionale Fascista, 1919-1943. Anos 90, 6(10), 40–58. https://doi.org/10.22456/1983-201X.6213 seer.ufrgs.br

Bittencourt, C. (1997). Livros didáticos entre textos e imagens. Em C. Bittencourt (Org.), O saber histórico na sala de aula (pp. xx–xx). Contexto.

Bittencourt, C. (2008). Livro didático e saber escolar: Uma história entre dois personagens. Autores Associados.

Brandalise, C. (2012). A história latino-americana recontada por italianos na época do fascismo. Estudos Ibero-Americanos, 38(1), 297–311. https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/iberoamericana/article/view/12475

Castro, R. (2023). Pesquisa histórico-educativa e a imigração italiana: Uma revisão dos estudos. História da Educação, 27(1), 1–29. https://seer.ufrgs.br/index.php/asphe/article/view/128544/89005

Castro, R. B. (2024). “Una società senza scuola è come un corpo senz’anima”: As escolas italianas em Pelotas/RS (1872-1938). Educs.

Chartier, R. (2017). A ordem dos livros: Livros, autores e bibliotecas na Europa entre os séculos XIV e XVIII. Editora da UnB.

Chiosso, G. (2013). Libri di scuola e mercato editoriale: Dal primo Ottocento alla Riforma Gentile. Franco Angeli.

Choppin, A. (2004). Histoire des manuels scolaires. Éditions Retz.

Di Rienzo, E. (2013). Volpe, Gioacchino. Em Il contributo italiano alla storia del pensiero: Storia e politica. Treccani. https://www.treccani.it/enciclopedia/gioacchino-volpe_(altro)/

Droux, J., & Hofstetter, R. (2018). Border-crossing in education: Historical perspectives on transnational connections and circulations. Routledge.

Fabre, G. (2018). Il censore e l’editore: Mussolini, i libri, Mondadori. Fondazione Arnoldo e Alberto Mondadori.

Fuchs, E. (2014). History of education beyond the nation? Em B. Bacchi, E. Fuchs, & K. Rousmaniere (Eds.), Connecting histories of education: Transnational and cross-cultural exchanges in (post)colonial education (pp. xx–xx). Berghahn Books.

Gioacchinovolpe.it. (n.d.). Biografia. Recuperado em 15 junho 2025, de http://www.gioacchinovolpe.it/biografia.php

Istituto della Enciclopedia Italiana. (n.d.). Volpe, Gioacchino. Enciclopedia Treccani. Recuperado em 15 junho 2025, de https://www.treccani.it/enciclopedia/gioacchino-volpe/

Lawn, M. (2014). Um conhecimento complexo: O historiador da educação e as circulações transfronteiriças. Revista Brasileira de História da Educação, 14(1[34]), 127–144. https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/rbhe/article/view/38866 periodicos.uem.br

Luchese, T. (2017). Da Itália ao Brasil: Indícios da produção, circulação e consumo de livros de leitura (1875-1945). História da Educação, 21(51), 123–142. https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S2236-34592017000100123&script=sci_abstract&tlng=pt

Luchese, T. Â. (2022). “Quando il mondo era Roma”: Livros escolares para fascistizar os italianos no exterior – O caso brasileiro (1922-1938). Cadernos de História da Educação, 21, e119. https://doi.org/10.14393/che-v21-2022-119 seer.ufu.br

Ministero degli Affari Esteri. (1922, maio 7). Decreto ministeriale [brote]. ASMAE, Archivio Scuole 1923-1928 (b. 697).

Ministero degli Affari Esteri. (1922, junho 12). Decreto ministeriale [brote]. ASMAE, Archivio Scuole 1923-1928 (b. 697).

Ministero degli Affari Esteri. (1925, 2 dezembro). Circolare n. 87 [Circular]. ASMAE, Archivio Scuole 1923-1928 (b. 697).

Ministero degli Affari Esteri. (1925). Decreto ministeriale [Decreto]. ASMAE, Archivio Scuole 1923-1928 (b. 697).

Ministero degli Affari Esteri. (n.d.). Fascicoli dei scrittore dei libri [Arquivo]. ASMAE, Archivio Scuole 1929-1935 (b. 1026).

Nosella, M. (1981). As belas mentiras: A ideologia subjacente aos textos didáticos. Editora Moraes.

Ossenbach, G., & Del Pozzo, M. (2011). Postcolonial models, cultural transfers and transnational perspectives in Latin America: A research agenda. Paedagogica Historica: International Journal of the History of Education, 47(5), 579–600. https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/00309230.2011.606787

Panizzolo, C. (2019). Livros de leitura e a construção da identidade nacional de crianças italianas e descendentes (São Paulo no início do século XX). Acta Scientiarum. Education, 41, 1–13. https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciEduc/article/view/45486

Polenghi, S. (2020). Educating the “new man” in Italian schools during the Fascist Era: Children’s education through traditional and totalitarian models in images and texts of schoolbooks. Historia Scolastica, 1, 7–27. http://www.historiascholastica.com/

Popkewitz, T. S. (2008). Cosmopolitanism and the age of school reform: Science, education, and making society by making the child. Routledge.

Salvetti, P. (2002). Le scuole italiane all’estero. Em P. Bevilacqua, A. De Clementi, & E. Franzina (Eds.), Storia dell’emigrazione italiana: Arrivi (pp. 535–549). Donzelli.

Sani, R.; &Ascenzi, A. (2005). Il libro per la scuola tra idealismo e fascismo: L’opera della Commissione centrale per l’esame dei libri di testo da Giuseppe Lombardo Radice ad Alessandro Melchiori (192-1928). Vita & Pensiero.

Treccani. (2011). Volpe Gioacchino. Em Dizionario di storia. Treccani. https://www.treccani.it/enciclopedia/gioacchino-volpe_(Dizionario-di-Storia)/

Tröhler, D. (2012). Languages of education: Protestant legacies, national identities, and global aspirations. Routledge.

Vidal, D. G. (Ed.). (2020). Sujeitos e artefatos: Territórios de uma história transnacional da educação. Fino Traço.

Volpe, G. (1932). I fatti degli italiani e dell’Italia – Letture storiche. Arnoldo Mondadori Editore.

Weiduschadt, P., & Castro, R. (2023). História da educação dos imigrantes italianos e alemães: Perspectivas transnacionais. History of Education in Latin America, 6(1), 1–20.

Publicado
2025-06-15
Como Citar
Castro, R. B. de. (2025). Livros didáticos italianos, propaganda fascista e a identidade italiana no exterior. Revista Brasileira De História Da Educação, 25(1), e376. https://doi.org/10.4025/rbhe.v25.2025.e376