Formação de sujeitos autores-cidadãos na cibercultura: um modo de resistir para re (existir)
Chamada temática: Redes Educativas e os desafios atuais da Cibercultura
Resumo
Este artigo, inspirado em pesquisas realizadas pelas autoras, no curso de graduação em Educação numa universidade pública do Estado do Rio de Janeiro, traz reflexões acerca de das contribuições da Educação Online para a formação de sujeitos autores-cidadãos como forma de luta e resistência aos desafios globais e às turbulências locais, intensificadas com a implantação de um modelo de desenvolvimento alinhado às exigências do mercado, que acaba por instrumentalizar e enfraquecer o ensino público. Amparadas no paradigma da complexidade (Morin, 2014), as autoras tomam como referências a abordagem das ‘pesquisas com os cotidianos’ (Certeau, 2018; Alves, 2008), fundamentada nas práticas pedagógicas; a ‘multirreferencialidade’ (Macedo, 2012); e a ‘pesquisa-formação no contexto da cibercultura’ (Macedo, 2010; Santos, 2019). Atos de currículo engendrados, ao longo da pesquisa, apoiados em dispositivos diversos articulados ao Ambiente Online de Aprendizagem (Moodle) e à rede social Facebook, possibilitaram que práticas de letramento, envolvendo múltiplas linguagens, semioses e mídias, bem como a pluralidade e a diversidade cultural, fossem trabalhadas, de forma intensiva, deixando transparente as contribuições da educação online para o desenvolvimento do pensamento reflexivo-crítico na formação de sujeitos atores e autores, com vistas a uma educação autônoma e cidadã.
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Referências
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