Educação ambiental, infância, filosofia e escola: possibilidades de encontros a partir de experiências filosóficas
Resumo
O presente texto busca entender como o exercício do pensamento pode ser provocado no encontro com crianças da Educação Infantil, acerca do mundo em que vivemos e das nossas relações com o planeta. A partir de experiências filosóficas, procurou-se mobilizar a provocação ao pensamento de um grupo de crianças que frequentavam a Educação Infantil, no ano de 2021, na rede pública de um município do extremo sul gaúcho. Apostando na filosofia com crianças, pretendeu-se instigá-las a cuidar do mundo em que vivemos, possibilitando a criação de alguns espaços de respiro na escola, na articulação entre escola, infância, filosofia e Educação Ambiental. O texto problematiza tal experiência no encontro com as fissuras que se buscou criar na escola. Buscamos compreender que sentidos as crianças atribuíam aos lugares os quais transitavam, principalmente o espaço escolar e seu entorno. Será que as crianças se sentiam realmente pertencentes ao espaço escolar? Será que elas se sentiam integrantes do mundo? Enquanto professoras e professores, qual o nosso papel nesse processo? Como as infâncias experienciavam a escola? O que elas pensavam sobre os lugares por onde passavam? O processo metodológico tomou assento no conceito de problematização em Michel Foucault, articulado a hipercrítica de Alfredo Veiga-Neto, fazendo uso dos estudos pós-críticos em Educação, tensionando alguns dos valores de verdade dos discursos em Educação Ambiental, para, quiçá, romper com as fronteiras do pensamento e partir da imprevisibilidade, de experiências irrepetíveis e singulares.
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