Processos formativos de professores de educação física: reflexões com base nas histórias de vida
Resumo
Com base na temática das histórias de vida, este artigo, recorte de uma pesquisa de Doutorado, objetiva analisar trajetórias formativas de professores de Educação Física aposentados. A pesquisa, desenvolvida no período de 2014 a 2017, utilizou-se de entrevistas em profundidade e abertas e análise documental. O processo de construção dos temas de análise considerou os próprios dados - referentes aos saberes da docência que emergiram das trajetórias extraescolares, escolares, formativas e profissionais dos professores - e tornou real a possibilidade de apreensão de várias histórias em uma mesma história de vida. Para fazer o recorte, apresentamos reflexões subsidiadas pelos elementos da vida extraescolar, escolar e da formação profissional dos participantes. Os resultados retratam as situações vivenciadas pelos participantes e como essas situações foram por eles definidas, bem como contribuem para a compreensão da realidade docente por meio da análise de suas histórias de vida. Dentre alguns resultados, afirmamos que os elementos identificados permitem uma reflexão a respeito dos saberes que emergiram das diferentes trajetórias dos professores aposentados. Esses saberes devem ser considerados nos cursos de formação inicial em Educação Física com foco na atuação profissional, também, nos anos iniciais. Igualmente, favorecem as políticas públicas de formação docente, uma vez que foram elucidados com base nas contribuições das histórias de vida e da Educação Física.
Downloads
Referências
André, M. E. D. A. (1998). Etnografia da prática escolar (2. ed.). Campinas, SP: Papirus.
Betti, I. C. R., & Mizukami, M. G. N. (1997). História de vida: trajetória de uma professora de Educação Física. Motriz, 3(2), 108-115. DOI: https://doi.org/10.5016/6568
Betti, M. (1991). Educação física e sociedade. São Paulo, SP: Movimento.
Bogdan, R., & Biklen, S. (1994). Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto, PT: Porto.
Borges, C. M. F. (2001). O professor de Educação Física e a construção do saber (2 ed.). Campinas, SP: Papirus.
Brasil. (1961). Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as diretrizes e bases da Educação Nacional. Brasília, DF: Diário Oficial da União.
Brasil. (1968). Lei nº 5.540, de 28 de novembro de 1968. Fixa normas de organização e funcionamento do ensino superior e sua articulação com a escola média, e dá outras providências. Brasília, DF: Diário Oficial da União.
Brasil. (1971). Decreto nº 69.450, de 1º de novembro de 1971. Regulamenta o Artigo 22 da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, e alínea c do Artigo 40 da Lei nº 5.540, de 28 de novembro de 1968 e dá outras providências. Brasília, DF: Diário Oficial da União.
Corrêa, D. A. (2009). Os governos de Getúlio Vargas (1930-1954) e a Educação Física escolar no Estado de São Paulo: lembranças de velhos professores (Tese de Doutorado). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
Costa, C. S. (2014). Práticas pedagógicas de uma professora de Educação Física ‘de início de carreira’: um estudo de caso (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal de São Carlos, São Carlos.
Costa, C. S. (2017). Histórias de vida e saberes de professores de Educação Física que atuaram nos anos iniciais do Ensino Fundamental nas décadas de 1980 e 1990 (Tese de Doutorado). Universidade Federal de São Carlos, São Carlos.
Cruz Neto, O. (1994). O trabalho de campo como descoberta e criação. In M. C. S. Minayo, S. F. Deslandes, O. Cruz Neto, & R. Gomes (Orgs.), Pesquisa social: teoria, método e criatividade (2. ed., p. 51-66). Rio de Janeiro, RJ: Vozes.
Cunha, M. I. (2014). O bom professor e sua prática (24. ed.). Campinas, SP: Papirus.
Freire, P. (2002). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa (25. ed.). São Paulo, SP: Paz e Terra.
Ghiraldelli Jr., P. (1997). Educação Física progressista: a pedagogia crítico-social dos conteúdos e a Educação Física brasileira (6. ed.). São Paulo, SP: Edições Loyola.
Goodson, I. F. (1995). Dar voz ao professor: as histórias de vida dos professores e o seu desenvolvimento profissional. In A. Nóvoa (Org.), Vidas de professores (2. ed., p. 63-78). Porto, PT: Porto.
Josso, M.-C. (2004). Experiências de vida e formação. São Paulo, SP: Cortez.
Moita, M. C. (1995). Percursos de formação e de trans-formação. In A. Nóvoa (Org.), Vidas de professores (2. ed., p. 111-140). Porto, PT: Porto.
Monteiro, M. I. (2006). Histórias de vida: saberes e práticas de alfabetizadoras bem sucedidas (Tese de Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
Monteiro, M. I. (2019). Histórias de vida de alfabetizadoras bem-sucedidas: saberes e práticas. Curitiba, PR: Appris.
Rangel-Betti, I. C., & Betti, M. (1996). Novas perspectivas na formação profissional em Educação Física. Motriz, 2(1), 10-15. DOI: https://doi.org/10.5016/6507
Reali, A. M. M. R., & Reyes, C. R. (2009). Reflexões sobre o fazer docente. São Carlos, SP: EdUFSCar.
São Paulo. (1990). Proposta Curricular de Educação Física - 1º grau (3. ed.). São Paulo, SP: SE/Cenp.
São Paulo. (2013). Roteiro sugestão de atividades para as aulas de Arte e Educação Física: para o início do ano letivo de 2013. São Paulo, SP: Cefai/Cefaf.
Soares, C. L., Taffarel, C. N. Z., Varjal, E., Castellani Filho, L., Escobar, M. O., & Bracht, V. (1992). Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo, SP: Cortez.
Souza Neto, S. (1999). A Educação Física na universidade: licenciatura e bacharelado, as propostas de formação profissional e suas implicações teórico-práticas (Tese de Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
Tancredi, R. M. S. P. (2009). Aprendizagem da docência e profissionalização: elementos de uma reflexão. São Carlos, SP: EdUFSCar.
Tardif, M. (2008). Saberes docentes e formação profissional (9. ed.). Petrópolis, RJ: Vozes.
Tardif, M., & Raymond, D. (2000). Saberes, tempo e aprendizagem do trabalho no magistério. Educação & Sociedade, XXI(73), 209-244. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-73302000000400013
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade.
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico é a licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o compartilhamento (cópia e distribuição do material em qualquer suporte ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais).
Recomenda-se a leitura desse link para maiores informações sobre o tema: fornecimento de créditos e referências de forma correta, entre outros detalhes cruciais para uso adequado do material licenciado.