Representações sociais e educação: um estudo sobre teses e dissertações no período de 2016 a 2018 no Paraná-Brasil
Resumo
Essa pesquisa tem como objetivo mapear as teses e dissertações produzidas em Programas de Pós-Graduação em Educação (PPGEs), com o aporte da TRS, em universidades paranaenses, no período de 2016 a 2018, bem como compreender se elas contemplam possibilidades teóricas e metodológicas da TRS. Por meio de uma pesquisa do tipo ‘estado do conhecimento’, utilizamos as ferramentas de buscas disponíveis no Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), com o descritor/expressão ‘Representações Sociais’. Os resumos foram submetidos ao processamento de análise textual pelo Iramuteq: nuvem de palavras, análise de similitude e classificação hierárquica descendente. Os resultados foram analisados com base na hermenêutica filosófica (Gadamer, 1998), que permitiu realizar interpretações e inferências com o aporte teórico da TRS (Moscovici, 1978; 2003). Da análise lexical, destacam-se professor, estudo e escola, cujo foco incide sobre o professor, o estudante e a escola, seja por ser o lócus das pesquisas, seja por ser o local no qual os estudos podem impactar compreensões/transformações da realidade da escola, uma vez que inferimos que os estudos ancoram representações sociais a partir do contexto escolar. O corpus apresenta aspectos teórico-metodológicos da TRS, territórios de pertencimento e foco no professor. Porém, há fragilidades, como: ausência de articulação teórica com outras áreas do campo educacional, entre elas, as políticas educacionais e a formação do professor, pouca diversificação dos instrumentos de coleta de dados e poucas inferências que revelam ancoragens. No entanto, depreendemos os esforços dos pesquisadores em avançarem qualitativamente.
Downloads
Referências
Abric, J. C. (2000). A abordagem estrutural das representações sociais. In A. S. P. Moreira, & D. C. Oliveira (Orgs.), Estudos interdisciplinares de representação social (p. 27-38, 2 ed.). Goiânia, GO: AB.
Abric, J. C. (2001a). Las representaciones sociales: aspectos teóricos. In J. C. Abric (Org.), Prácticas sociales y representaciones (p. 11-32). México, MX: Ediciones Coyoacán; Ambassade de France – IFAL.
Abric, J. C. (2001b). O estudo experimental das representações sociais. In D. Jodelet (Org.), As representações sociais (p. 155-171). Rio de Janeiro, RJ: EdUERJ.
Abric, J.-C. (1994). Méthodologie de recueil des representations sociales. In J.-C. Abric (Org.), Pratiques Sociales et Représentations (p. 59-82). Paris, FR: Presses Universitaires de France.
Alves-Mazzotti, A. J. (2008). Representações sociais: aspectos teóricos e aplicações à educação. Múltiplas Leituras, 1(1), 18-43. DOI: http://dx.doi.org/10.15603/1982-8993/ml.v1n1p18-43
Ball, S. J., & Bowe, R. (1992). Subject departments and the ‘implementation’ of National Curriculum policy: an overview of the issues. Journal of Curriculum Studies, 24(2), 97-115. DOI: https://doi.org/10.1080/0022027920240201
Brasil. (2019). Catálogo de teses e dissertações. Capes. Recuperado de https://catalogodeteses.capes.gov.br/catalogo-teses/#!/
Camargo, B. V., & Justo, A. M. (2013a). Tutorial para uso do software de análise textual IRAMUTEQ. Florianópolis, SC: UFSC. Recuperado de http://www.iramuteq.org/documentation/fichiers/tutoriel-en-portugais
Camargo, B. V., & Justo, A. M. (2013b). IRAMUTEQ: um software gratuito para análise de dados textuais. Temas em Psicologia, 21(2), 513-518. DOI: http://dx.doi.org/10.9788/TP2013.2-16
Camargo, B. V., & Justo, A. M. (2016). Tutorial para uso do software IRAMUTEQ (Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires). Florianópolis, SC: UFSC. Recuperado de http://www.iramuteq.org/documentation/fichiers/Tutorial%20IRaMuTeQ%20em%20portugues_17.03.2016.pdf/view
Duarte, A. (2010). A produção acadêmica sobre trabalho docente na educação básica no Brasil: 1987-2007. Educar em Revista, (n. esp. 1), 101-117. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-40602010000400005
Durkheim, E. (2001). As regras do método sociológico (8 ed.). Lisboa, PT: Editorial Presença.
Ens, R. T. (2018). Políticas educacionais e representações sociais: análise integrativa de produção bibliográfica dos pesquisadores do CIERS-ED (2006-2015) (Relatório de Pesquisa de Pós-doutorado). Universidade do Porto, Porto.
Ens, R. T., Ribas, M. S., Oliveira, J. L., & Trindade, R. (2019). Teacher’s appreciation: political priority, tension or uncertainty? Cadernos de Pesquisa, 49(172), 260-284. DOI: https://doi.org/10.1590/198053145675
Gadamer, H. G. (1998). Verdade e método: traços fundamentais de uma hermenêutica filosófica (2 ed.). Petrópolis: Vozes.
García, C. M. (1999). Formação de professores: para uma mudança educativa. Porto, PT: Porto.
Gilly, M. (2001). As representações sociais na educação. In D. Jodelet (Org.), As representações sociais (p. 321-341). Rio de Janeiro, RJ: edUERJ.
Gonçalves, H. M., & Sousa, C. P. (2015). Articulações entre representações sociais e subjetividade: um estudo sobre a produção nacional entre 2000 e 2010. Educação e Cultura Contemporânea, 12(27), 258-288.
Jodelet, D. (2009). O movimento de retorno ao sujeito e a abordagem das representações sociais. Sociedade e Estado, 24(3), 679-712. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-69922009000300004
Jodelet, D. (2011a). A fecundidade múltipla da obra “A Psicanálise, sua imagem e seu público”. In A. M. O. Almeida, M. F. S. Santos, & Z. A. Trindade (Orgs.), Teoria das representações sociais: 50 anos (p. 199-224). Brasília, DF: Technopolitik.
Jodelet, D. (2011b). Conferência de Denise Jodelet por ocasião do recebimento do título de doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Rio de Janeiro. In C. P. Souza, L. P. S. V. Bôas, A. O. Novaes, & M. C. G. Duran (Orgs.), Representações sociais: estudos metodológicos em educação (p. 11-34). Curitiba, PR: Champagnat.
Jodelet, D. (2011c). Ponto de Vista: sobre o movimento das representações sociais na comunidade científica brasileira. Temas em Psicologia, 19(1), 19-26.
Jovchelovitch, S. (2007). Vivendo a vida com os outros: intersubjetividade, espaço público e representações sociais. In P. Guareschi & S. Jovchelovitch (Orgs.), Textos em representações sociais (p. 63-85, 9 ed.). Petrópolis, RJ: Vozes.
Mainardes, J. (2006). Abordagem do Ciclo de Políticas: uma contribuição para a análise de políticas educacionais. Educação e Sociedade, 27(94), 47-69. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-73302006000100003
Menin, M. S. S., & Shimizu, A. M. (2005). Educação e representação social: tendências de pesquisas na área – período de 2000 a 2003. In M. S. S. Menin, & A. M. Shimizu (Orgs.), Experiência e representação social: questões teóricas e metodológicas (p. 93-130). São Paulo, SP: Casa do Psicólogo.
Menin, M. S. S., Shimizu, A. M., & Lima, C. M. (2009). A teoria das representações sociais nos estudos sobre representações de professores. Cadernos de Pesquisa, 39(137), 549-576. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-15742009000200011
Moscovici, S. (1961). La psychanalyse, son image et son public. Paris: PUF.
Moscovici, S. (1978). A representação social da psicanálise. Rio de Janeiro, RJ: Zahar.
Moscovici, S. (2001). Das representações coletivas às representações sociais: elementos para uma história. In: D. Jodelet (Org.), As representações sociais (p. 45-66). Rio de Janeiro, RJ: edUERJ.
Moscovici, S. (2003). Representações sociais: investigações em psicologia social. Petrópolis, RJ: Vozes.
Moscovici, S. (2012). A psicanálise, sua imagem e seu público. Porto Alegre, RS: Vozes.
Nascimento, A. R. A., & Menandro, P. R. M. (2006). Análise lexical e análise de conteúdo: uma proposta de utilização conjugada. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 6(2), 72-88.
Nóvoa, A. (1995). Profissão professor. Porto, PT: Porto.
Ogliari, C. R. N., & Ens, R. T. (2019). Representações Sociais: Mapeamento das teses e dissertações produzidas no estado do Paraná-Brasil. In M. L. S Ornellas (Org.), Representações sociais e educação: letras imagéticas V. (p. 169-186). Salvador, BA: Maestria Edições.
Philogene, G. (2011). O alcance das representações sociais: impacto e ramificações. In A. M. O. Almeida, M. F. S. Santos, & Z. A. Trindade (Orgs.), Teoria das representações sociais: 50 anos (p. 371-392). Brasília, DF: Technopolitik.
Pimenta, S. G. (1997). Formação de professores: Saberes da docência e identidade do professor. Nuances: Estudos sobre Educação, 3(3), 5-14. DOI: https://doi.org/10.14572/nuances.v3i3.50
Romanowski, J. P., & Ens, R. T. (2006). As pesquisas denominadas do tipo “estado da arte” em educação. Diálogo Educacional, 6(19), 37-50.
Santos, M. P. (2013). A teoria das representações sociais como referencial didático-metodológico de pesquisa no campo das ciências humanas e sociais aplicadas. Emancipação, 13(1), 9-21. DOI: https://doi.org/10.5212/Emancipacao.v.13i1.0001
Schön, D. A. (1983). The reflective practitioner: how professionals think in action. New York, NY: Basic Books.
Silva, L. M. N. G., & Reis, M. L. (2007). As práticas psicossociais como superação da formação fragmentada dos saberes docentes: análises preliminares de um projeto em construção. Pesquisas e Práticas Psicossociais, 2(1), 229-235.
Sousa, C. P., Bôas, L. P. S. V., & Novaes, A. O. (2011). Contribuições dos estudos de representações sociais para compreensão do trabalho docente. In A. M. O. Almeida, M. F. S. Santos, & Z. A. Trindade (Orgs.), Teoria das representações sociais: 50 anos (p. 625-654). Brasília, DF: Technopolitik.
Tardif, M. (2012). Saberes docentes e formação profissional (13 ed.). Petrópolis, RJ: Vozes.
Zeichner, K. M. (1993). A formação reflexiva de professores: ideias e práticas. Lisboa, PT: Educa.
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade.
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico é a licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o compartilhamento (cópia e distribuição do material em qualquer suporte ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais).
Recomenda-se a leitura desse link para maiores informações sobre o tema: fornecimento de créditos e referências de forma correta, entre outros detalhes cruciais para uso adequado do material licenciado.