Educação para a paz e novas tecnologias: desafios e possibilidades no Brasil contemporáneo

desafios e possibilidades no Brasil contemporâneo

Palavras-chave: tecnologias digitais; humanização; cultura da paz.

Resumo

Este estudo, de caráter bibliográfico, tem como objetivo apresentar algumas reflexões sobre a temática da educação para a paz e as novas tecnologias, considerando os desafios e as possibilidades de promover a educação para a paz, a integração das novas tecnologias de informação e comunicação e o seu potencial enquanto suportes para a promoção do diálogo, da comunicação e do intercâmbio, atividades necessárias para que a concretização da cultura da paz seja possível. As fontes utilizadas consideram dados de documentos exarados pelo(a): Credit Suisse Research Institute (2022), Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2022), Foundation for Young Australians (2017), Stockholm International Peace Research Institute (2022) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2018, 2019). As tecnologias de informação e comunicação possuem um inegável potencial conectivo enquanto suportes de mediação nos processos formativos e informativos que demandam a circulação de informações. Ressalta-se a importância da temática diante de uma contradição gritante existente entre as necessidades humanas atuais e o que se aplica financeiramente em instrumentos tecnológicos que promovem a violência e a destruição humana em massa. Nesse sentido, a questão que orienta o desenvolvimento das reflexões problematiza em que medida as novas tecnologias podem contribuir para a promoção da educação para a paz, diante de um contexto marcado por episódios constantes de violência e violação dos Direitos Humanos. O aporte teórico considera, sobretudo, as contribuições de Hobsbawm (2012), Latour (2020), Harari (2020), Francisco (2020) e Guimarães (2011). Os resultados indicam que, ancoradas em fundamentos ético-filosóficos e critérios metodológicos adequados, as novas tecnologias, não obstante ao seu caráter ambíguo, podem contribuir efetivamente enquanto suporte para comunicação, experiências comunitárias, formação e desenvolvimento de ações para concretização da educação para a paz.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Arendt, H. (1999). A condição humana (9a ed.). Rio de Janeiro, RJ: Forense Universitária.

Baumer, F. (1990). O pensamento europeu moderno. Lisboa, PT: Edições 70.

Brephol, M. (2013). O Corpo do atleta ou a euforia do sucesso. In M. Brephol, A. M. Capraro, & R. Garrafoni, R., Sentimentos na história: linguagens, práticas, emoções (p. 275-294). Curitiba, PR: UFPR.

Castells, M. (2018). Ruptura: a crise da democracia liberal. Rio de Janeiro, RJ: Zahar.

Coen, M., & Karnal, L. (2018). O inferno somos nós: do ódio à cultura de paz. São Paulo, SP: Papirus.

Constituição da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. (2022). Adotada em Londres, em 16 de novembro de 1945, e emendada pela Conferência Geral nas suas 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, 7ª, 8ª, 9ª, 10ª, 12ª, 15ª, 17ª, 19ª, 20ª, 21ª, 24ª, 25ª, 26ª, 27ª, 28ª e 29ª sessões. Unesco Brasília Office. Representação da Unesco no Brasil. Recuperado de https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000147273

Credit Suisse Research Institute. (2022). Global Wealth Report 2021. Recuperado de https://www.credit-suisse.com

Delumeau, J. (1999). História do medo no ocidente. São Paulo, SP: Companhia das Letras.

Fórum Brasileiro de Segurança Pública [FBSP]. (2022). Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Recuperado de https://forumseguranca.org.br/

Foundation for Young Australians. (2017). The new work order. Ensuring young Australians have skills and experience for the jobs of the future, not the past. Recuperado de https://bitily.me/RgauQ

Francisco, Papa. (2020). Carta Encíclica Fratelli Tutti. Assis, 3 de outubro. Recuperado de https://bitily.me/NfaRz

Gauer, R. M. (2013). A civilização do medo produz a civilização da ira. In M. Brephol, & A. M. Capraro, & R. Garrafoni. Sentimentos na história: linguagens, práticas, emoções (p. 93-111). Curitiba, PR: UFPR.

Guimarães, I. R. (2011). Educação para paz e novas tecnologias. In E. Cescon, & P. C. Nodari. Filosofia, ética e educação: por uma cultura da paz (p. 249-339). São Paulo, SP: Paulinas.

Habermas, J. (2002). A inclusão do outro: estudos de teoria política. São Paulo, SP: Loyola.

Harari, Y. N. (2020). Sapiens: uma breve história da humanidade. São Paulo, SP: Companhia das Letras.

Hobsbawm, E. (2012). A era dos extremos: o breve século XX. 1941-1991 (2a ed.). São Paulo, SP: Companhia das Letras.

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada [IPEA]. (2018). Agenda 2030. ODS – Metas Nacionais dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Brasília: IPEA. Recuperado de: https://bitily.me/vCOuy

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada [IPEA]. (2019). Cadernos ODS. ODS 16: O que mostra o retrato do Brasil? Brasília: IPEA, 2019. Recuperado de https://bitily.me/LzckT

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. [IPEA]. (2004). O que é? – Indíce de Gini. Recuperado de: https://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&id=2048:catid=28

Kant, I. (1989). À paz perpétua. Porto Alegre, RS: L&PM.

Lanier, J. (2018). Dez argumentos para você deletar agora suas redes sociais. São Paulo, SP: Intrínseca, 2018.

Latour, B. (2020). Onde aterrar? Como se orientar politicamente no Antropoceno. Rio de Janeiro, RJ: Bazar do Tempo.

Lei nº 14.533, de 11 de janeiro de 2023. (2023, 11 janeiro). Institui a Política Nacional de Educação Digital e altera as Leis nºs 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), 9.448, de 14 de março de 1997, 10.260, de 12 de julho de 2001, e 10.753, de 30 de outubro de 2003. Diário Oficial da União, Brasília.

Levinas, E. (1990). Difficile liberté. Paris, FR: Le Livre du Poche.

May, R. (1974). Poder e inocência. Rio de Janeiro, RJ: Artenova.

Naciones Unidas. (2015). Asamblea General. Septuagésimo período de sesiones, Temas 15 y 116 del programa 15-16301 (S) *1516301*. Resolución aprobada por la Asamblea General el 25 de septiembre de 2015. Recuperado de https://bitily.me/XLYNF

O’Neil, C. (2016). Weapons of math destruction: how big data increases inequality and threatens democracy. New York, NY: Broadway Books.

Oliveira, G. C. (2017). Estudos da Paz: origens, desenvolvimentos e desafios críticos atuais. Carta Internacional, 12(1), 148-172. DOI: https://doi.org/10.21530/ci.v12n1.2017.611

Organização das Nações Unidas [ONU]. (2015). Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Recuperado de https://bitily.me/vTvUT

Santos, B. S. (2002). A crítica da razão indolente; contra o desperdício da experiência. São Paulo, SP: Cortez.

Stockholm International Peace Research Institute (2022). World military expenditure passes $2 trillion for first time. SIPRI for the media. Recuperado de https://sipri.org/media/press-release/2022/

Sumpter, D. (2019). Dominados pelos números: do Facebook e Google às fake news, os algoritmos que controlam nossa vida. Rio de Janeiro, RJ: Bertrand Brasil.

Turin, R. (2022). País do futuro? Conflitos de tempos e historicidade no Brasil contemporâneo. Estudos Avançados, 36(105), 85-104. DOI: https://doi.org/10.1590/s0103-4014.2022.36105.006

Voltaire (2015). Tratado sobre a tolerância: por ocasião da morte de Jean Calas (1763). Porto Alegre RS: L&PM.

White, P. (1993). Frente a los críticos. In D. Hicks (Comp.). Educación para la paz: cuestiones, princípios y praticas em el aula (p. 56-70). Madrid, ES: Morata: Ministerio de Edución Cultura y Deporte, Centro de Publicaciones.

Wink, W. (1984). Engaging the power: discernment ant resitance in a word of domination. Minneapolis, MN: Fortress.

Publicado
2024-12-06
Como Citar
Lopes, L. F., & Cavazzani, A. L. M. (2024). Educação para a paz e novas tecnologias: desafios e possibilidades no Brasil contemporáneo. Acta Scientiarum. Education, 47(1), e65696. https://doi.org/10.4025/actascieduc.v47i1.65696
Seção
História e Filosofia da Educação