Um mergulho no silêncio: o mistério da aula de História
Resumo
Este artigo é uma provocação ao pensamento decorrente de duas propostas de pesquisa: uma que pensa o papel da imaginação no ensino de História e outra que se ocupa dos limites da linguagem na perspectiva teórica das filosofias da diferença. Situado nesta intersecção temática, via revisão bibliográfica, trata do silêncio e do mistério como elementos articuladores da aula de História, considerando o silêncio como conceito que permite um olhar não referencial para a sala de aula, tomando esse espaço como multiplicidade de forças criadoras. Objetiva-se acentuar o elemento criativo em contraposição ao elemento reativo, o que é demonstrado por meio de uma problematização da linha do tempo, entendida como dispositivo de controle dos corpos e da duração. A sala de aula reveste-se, assim, de uma natureza mista, constituída tanto por atualizações e individuações que delimitam as possibilidades formais de temporalização como por virtualidades que se insinuam a fim de romper os estratos formais e produzir diferença. O mistério é o que acontece em uma aula de História que tem o silêncio como elemento gerador. Por fim, o elemento gerador dessa aula de História, o silêncio, é considerado condição de possibilidade para acontecimentos.
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Referências
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