Comunidades de prática de professores: repertório compartilhado no ensino fundamental
Resumo
Ao dialogar sobre a formação de professores, percebe-se um movimento em busca de uma auto-formação, ou formação centrada na escola, a qual inicie e culmine nas necessidades e demandas oriundas do contexto dos professores. Uma possibilidade que tem sido estudada e ampliada para diversas áreas da educação é a utilização de comunidades de prática na promoção da reflexão, autonomia, engajamento e transformação dos contextos e situações adversas. Deste modo, as Comunidades de Prática fomentam um novo olhar sobre a formação de professores, assim, com este estudo, buscou-se analisar o processo de cultivo inicial de comunidades de prática, observando os repertórios compartilhados de quatro contextos escolares de professores dos anos finais do ensino fundamental. Foram sujeitos participantes 63 professores de quatro escolas (estaduais e municipais) de um município da fronteira oeste do Rio Grande do Sul. Como resultado, foram analisadas as interações iniciais e a primeira intervenção para com estes contextos, de modo que se identifique aspectos positivos e negativos na prática dos professores, bem como, na relação destes para com seus pares e comunidade escolar. A principal dificuldade encontrada versou sobre a falta de comprometimento escolar dos estudantes e também da família para com o processo de aprendizagem no retorno ao ensino presencial. Em contrapartida, o aspecto positivo mais salientado foi o retorno ao ambiente escolar após período de ensino remoto emergencial. Destaca-se a importância de estabelecer um processo cíclico e dinâmico na interação e colaboração entre pesquisadores e educação básica, de modo que seja efetivo o auxílio no ambiente escolar, utilizando-se de dados para contribuir diretamente na escola, e não apenas para registro de pesquisa.
Downloads
Referências
Almeida, S. F. C. D., & Aguiar, R. M. R. (2017). A pesquisa-intervenção na formação continuada de professores e o dispositivo de análise das práticas profissionais, de orientação psicanalítica: revisitando algumas questões e considerações. Educar em Revista, 89-101.
Bezerra, N. P. X., Veloso, A. P., & Ribeiro, E. (2021). Ressignificando a prática docente: experiências em tempos de pandemia. Práticas Educativas, Memórias e Oralidades, 3(2), 323917. https://doi.org/10.47149/pemo.v2i3.3917
Borges, F. A., & Cyrino, M. C. D. C. T. (2020). Encontro formativo de professores e licenciandos em matemática em uma comunidade de prática: alguns aspectos em destaque. Revista Educação e Linguagens, 9(16), 435-461. https://doi.org/10.33871/22386084.2020.9.16.435-461
Cardoso, A. G. R., Silva, N. C., Martins, A. A. P., Montenegro, A. V., Pereira, L. C. S., & Santos, H. L. G. (2022). O retorno de atividades acadêmicas presenciais no ensino médio no pós-pandemia na visão de discentes. Ciências & Ideias, 13(3), 81-92. https://doi.org/10.22407/2176-1477/2022.v13i3.2207
Cyrino, M. C. C. T. (2013). Formação de professores que ensinam matemática em comunidades de prática [Apresentação de trabalho]. Anais do 7º Congreso Iberoamericano de Educación Matemática da Sociedade Brasileira de Educação Matemática, Montevideo, UY.
Cyrino, M. C. C. T. (2016). Desenvolvimento da identidade profissional de professores de matemática em comunidades de prática: reificações do ensino do raciocínio proporcional. Bolema: Boletim de Educação Matemática, 30(1), 165-187.
Estevam, E. J. G., & Cyrino, M. C. D. C. T. (2019). Condicionantes de aprendizagens de Professores que Ensinam Matemática em contextos de Comunidades de Prática. Alexandria: Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, 12(1), 227-253. https://doi.org/10.5007/1982-5153.2019v12n1p227
Freire, F., Cunha, R. C. O. B., & Pucci, R. H. P. (2023). Interlocuções de professores e organização do trabalho pedagógico no contexto do trabalho coletivo. Acta Scientiarum. Education, 45(1), e54746. https://doi.org/10.4025/actascieduc.v45i1.54746
Garcia, T. M. R., & Cyrino, M. C. D. C. T. (2019). Identidade profissional de professores que ensinam matemática em uma Comunidade de Prática. Revista Paranaense de Educação Matemática, 8(15), 33-61. https://doi.org/10.33871/22385800.2019.8.15.33-61
Gil, A. C. (2007). Como elaborar projetos de pesquisa. Atlas.
Gravemeijer, K. P. E., & Cobb, P. (2006). Design research from the learning design perspective. In J. J. H. Van Den Akker, K. P. E. Gravemeijer, S. Mckenney, & N. Nieveen (Eds.), Educational design research (pp. 17-51). Routledge.
Imbernón, F. F. D. (2001). Formação docente e profissional: formar-se para a mudança e a incerteza. Cortez.
Junges, F. C., Ketzer, C. M., & Oliveira, V. M. A. (2018). Formação continuada de professores: saberes ressignificados e práticas docentes transformadas. Educação & Formação, 3(9), 88-101. https://doi.org/10.25053/redufor.v3i9.858
Minayo, M. C. S. (2015). O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa. Hucitec.
Nóvoa, A. (2002). Formação de professores e trabalho pedagógico. Educa.
Nóvoa, A., & Alvin, Y. C. (2021). Os professores depois da pandemia. Educação & Sociedade, 42(1), e249236. https://doi.org/10.1590/ES.249236
Oliveira, L. H. R. (2006). Trabalho coletivo em educação: os desafios para a construção de uma experiência educacional fundamentada na cooperação em uma escola municipal de São Paulo [Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo].
Oliveira, C. P., Peres, J. O., & Azevedo, G. X (2021). Parceria entre escola e família no desenvolvimento do aluno durante a pandemia de COVID-19. Revista de Estudo em Educação, 7(1), 70-86.
Paez, F. M., & Pereira, A. S. (2017). Formação continuada: a visão dos professores de um curso de graduação tecnológica. Acta Scientiarum. Education, 1(39), 567-575. https://doi.org/10.4025/actascieduc.v39i0.29483
Polonia, A. C., & Dessen, M. A. (2005). Em busca de uma compreensão das relações entre família e escola: relações família-escola. Psicologia Escolar e Educacional, 9(2), 303-312. https://doi.org/10.1590/S1413-85572005000200012
Resolução nº 510, de 07 de abril de 2016. (2016). Dispõe sobre as normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais. Brasília, DF. https://www.gov.br/conselho-nacional-de-saude/pt-br/acesso-a-informacao/atos-normativos/resolucoes/2016/resolucao-no-510.pdf/view
Ritchhart, R., Church, M., & Morrison, K. (2011). Making thinking visible: how to promote engagement, understanding and independence for all learners. Jossay-Bass.
Silva, A. F.; Abreu, C. B., & Mello, L. S. (2022a). Ensino remoto emergencial: percepções de professores da educação infantil em Palmas (TO). Revista Docência e Cibercultura, 6(5), 31-49. https://doi.org/10.12957/redoc.2022.66188
Silva, C. A. P., Sá, I. R., Domingues, M. G., & Aparício, A. S. M. (2022b). Transição do ensino presencial para o ensino remoto em época de pandemia. Revista de Ensino, Educação e Ciências Humanas, 23(1), 69-77. https://doi.org/10.17921/2447-8733.2022v23n1p69-77
Soares, R. G., Corrêa, S. L. P., Folmer, V., & Copetti, J. (2022). A problematização como ferramenta de formação de professores sobre metodologias ativas. Acta Scientiarum. Education, 44(1), e52168. https://doi.org/10.4025/actascieduc.v44i1.52168
Souza, W. C., Souza, M. J., & Santos, D. F. A. (2018). Pensar a prática na perspectiva da socialização profissional: considerações da aproximação entre escola e universidade. Revista Humanidades e Inovação 5(8), 136-142.
Wenger, E. (1998). Communities of practice: learning, meaning and identity. Cambridge University Press.
Wenger, E., Mcdermontt, R., & Snyder, W. M. (2002). Cultivating communities of practice. Harvard Business School Press.
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade.
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico é a licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o compartilhamento (cópia e distribuição do material em qualquer suporte ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais).
Recomenda-se a leitura desse link para maiores informações sobre o tema: fornecimento de créditos e referências de forma correta, entre outros detalhes cruciais para uso adequado do material licenciado.